Palácio Mínimo
Mini Morte
1
Vazada linha ave imperceptível avessa corroa
Silenciosos passos soprados de dunas roxas
Sombras de velha estrada vento azul desfaz
Pesado fogo gota de barro frio rastro risca
Inteiriça navalha língua recorte sentido caís
Vida como traço indeciso horizonte de fios
E vidros sobrancelhas caídas sobre lâmina
Dágua bêbada flutua mais um olhar perdido
Parede branca carne roda de carro louco
Acesa dor repinta o fruto de morto adorno
Perplexo botão e rosa verbo triste sangra
Espelho quebrado de caminho retorno apaga
Pela veia fria o efêmero sorriso vermelho
Refaz estas duas asas cortadas sobre a pia
* * *
2
Origem etérea semente transplanta
Navalha redança modelando flauta
Adormece pedra sendo pedra canta
Peça louca brasa lança infernauta
Embora luz encubra sinal de perda
Satânica vassoura modula deserto
Do amor mais-que-encantado seca
Língua vermelha de dragão incerto
Óssea esquina vento frio lambeu
O interior da terra mais profunda
Rastro humano ventolouco comeu
Prato de pedaços de fruta escura
O coração em cálice lilás afunda
Asas crescem da que fera murmura
* * *
3
Medida sobreflor o vazio cava
Frio temor ilumina a cláusula
Pálida parede silêncio crava
Regra para se adorar a cápsula
As marcas dos pés nos altares
Moeda bode expiador recolha
Lugar atira seus negros olhares
Ao abismo da mais antiga folha
Girassol de luvas flecha a teoria
Louco de louca d'lição se debruça
Sobre a fonte o olhar se esvazia
Razão dágua ignorada tempestade
Virtu’alma viúva n’contramão soluça
Quando a verdade teme a verdade
* * *
4
Solene morte rasga a mortalha justa
Pedra arranca pedra do coração
Cega estrada paisagem ilustra
Pincel tela tinta pintor sem mão
Dança serpente em busca do sol
Crença de barro vende sorriso
O após vestido de gala cor de pó
Sente o antes do perdido paraíso
Rebanho de facas desarmar espinho
Desalmar espírito dança para cura
Anjaulada ternura lua florida de tumor
O desencontro de cada caminho
O disfarce na face da noite mais escura
Soturnos móveis & utensílios de amor
* * *
5
Origem etérea semente transplanta
Navalha redança modelando flauta
Adormece pedra sendo pedra canta
Peça louca brasa lança infernauta
Embora luz encubra sinal de perda
Satânica vassoura modula deserto
Do amor mais-que-encantado seca
Língua vermelha de dragão incerto
Óssea esquina vento frio lambeu
O interior da terra mais profunda
Rastro humano ventolouco comeu
Prato de pedaços de fruta escura
O coração em cálice lilás afunda
Asas crescem da que fera murmura
* * *
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Medida sobreflor o vazio cava
Frio temor ilumina a cláusula
Pálida parede silêncio crava
Regra para se adorar a cápsula
As marcas dos pés nos altares
Moeda bode expiador recolha
Lugar atira seus negros olhares
Ao abismo da mais antiga folha
Girassol de luvas flecha a teoria
Louco de louca d'lição se debruça
Sobre a fonte o olhar se esvazia
Razão dágua ignorada tempestade
Virtu’alma viúva n’contramão soluça
Quando a verdade teme a verdade
* * *
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Vazada linha ave imperceptível avessa corroa
Silenciosos passos soprados de dunas roxas
Sombras de velha estrada vento azul desfaz
Pesado fogo gota de barro frio rastro risca
Inteiriça navalha língua recorte sentido caís
Vida como traço indeciso horizonte de fios
E vidros sobrancelhas caídas sobre lâmina
Dágua bêbada flutua mais um olhar perdido
Parede branca carne roda de carro louco
Acesa dor repinta o fruto de morto adorno
Perplexo botão e rosa verbo triste sangra
Espelho quebrado de caminho retorno apaga
Pela veia fria o efêmero sorriso vermelho
Refaz estas duas asas cortadas sobre a pia
* * *
8
Destino irreversível definição pavio
Larvazul oculta aberta sinuosa teia
Templo rosa reta mensura o vazio
Coração despe pétala d'velha lua cheia
Recorta mistério olhar d'armadilha
Razão dágua repintando triste porto
A cada flor a cada espinho da partilha
A cada lágrima deste arquivo morto
Tábua de abismo cravado no preço
Ilusão d'carne alma louca negocia
Como se banana fosse melro adereço
Santo cofre altar aos pés da roseira
Camelô com todos sonhos na bacia
Sobrecriado mudo sombra sopra a poeira
* * *
9
Destino irreversível definição pavio
Larvazul oculta aberta sinuosa teia
Templo rosa reta mensura o vazio
Coração despe pétala d'velha lua cheia
Recorta mistério olhar d'armadilha
Razão dágua repintando triste porto
A cada flor a cada espinho da partilha
A cada lágrima deste arquivo morto
Tábua de abismo cravado no preço
Ilusão d'carne alma louca negocia
Como se banana fosse melro adereço
Santo cofre altar aos pés da roseira
Camelô com todos sonhos na bacia
Sobrecriado mudo sombra sopra a poeira
Estás Deus
escondida fantasia palhaço celestial
vendendo hot good
carruagem gelada
petalar abre-se cinza rosa
chuvácida de caramelo hotdog
* * *
Estás Deus
Sobre pinico solar
Lendo o Times fazendo careta
Estás Deus
Ocultando revólver no interior florido buquê
De chamas
Estás Deus
Debaixo das traves da noite
Esperando os chutes lunáuticos das estrelas
Da marca do penalty
Estás Deus
Vestido Estação Rodoviária
Sem mãos sem cabeça sem lágrimas sem risos
Dando adeus graças a Deus
Estás Deus
Virando copo de tempestades
Sobremesa toalha
Estás Deus
Cantando Yesterday e Casa no Campo
Estás Deus
Pondo gasolina na apocaliptica Carruagem
Estás Deus
Ajoelhado sobre grãos atômicos
Vítima do próprio castigo
Estás Deus
Fumando maconha oculto nas nuvens
Tomando banho
Vendo estrelas
Estás Deus
Baliza nua virgem arcoíris cetro a frente de pelotões de raios e trovões debaixo despecífico guardachuva do sol
Abraçado ao bem e ao mal
Estás Deus
Sempre bêbada luz sobre si própria luz
Rosa orbita lábio vinho
poço sonolento monge líquido medita
Rainha veste flor-de-me-iludo
À sombra de uma coroa de espinhos
A balançar a cabeça de norte para leste
Arrependido de tudo
Estás Deus
Requebrando as nádegas diante a vitrine de calcinhas e souteins
Estás Deus
Masturbando-se à lua
Estás Deus
Cospindo no mar
Estás Deus
Fulminante
* * *
A dor é imperceptível serpente antecipa o sono
A palpébras prateadas caem sobre os olhos
Sombra de carne desfolhada oculta os ossos
Anuncia penhascos de flores áridas
Há silêncios fabricados por portas fechadas
Dormem caminhos
Não há móveis e utensílios
Não há rastros de animais indica o desconhecido
Cortina luminosa molda-se corda
Não há sinais de pássaros
Atravessia interior das pedras
Perdido dentro de si a dúvida o circunda costurando explicações ao pássaro sangrando morre a voar
O sorriso de verme que o quarto como um dadolouco condena parede por parede
O sentido de espera quando nunca houvera partida e o caminho nascemorre no olhar
Engenharia da escuridão
* * *
CATÁLOGO
PENSOLOGO
DIALOGO
DIÁLOGO
CATALOGO
SEMLOGO
DIA LOUCO
ATÉ LOGO
Tulipântano
Tulipanorama
Tulipanteista
Tulipanto
Minha ferida é mais dourada
Do que a sua lâmina à flor da pele
sem brilho nenhum Meu tumor é mais
divino Do que a sua falta de luz espinhosa
sobreface sem cura pulsa
Minha dor é mais profundíssima
Do que o seu mortocontínuo
relâmpago a rasgar coração Meu corte é mais frieza detalhada Do que a sua chama mínima
escorre sobre rasa solidão
* * *
Em Si
Mesmo
Diantespelho cagava homens
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